Eis que, no ínicio do semestre, cai de para-quedas em Israel o bilionário russo Arkadi Gaydamak.
Compra 55% do Beitar Yerushalaim e, logo de cara, anuncia que o então treinador Eli Ohana (atacante da seleção na década de 80) não era um líder nato.
Começa a revolução no Beitar.
Tudo bem que o bilionário russo acabou salvando o clube de um colpaso financeiro.
Para os dirigentes, Gaydamak foi a solução.
Quando chegou, passeou com o prefeito de Jerusalém no mercado Mahané Yehuda, a "capital" dos torcedores direitistas do Beitar. Foi ovacioado.
Na imprensa, foi chamado de "o Messias do Beitar".

O "Kia do Beitar" também chegou prometendo títulos, contratações, investimentos.
Contratou o técnico holandês Ton Caanen como tapa-buraco, até que um nome de peso pudesse ser trazido. Caanen, que disse já ter cansado de dar entrevistas sobre sua substituição por um nome mais famoso, vem até fazendo um bom trabalho. Depois do início de temporada frustrante, já colocou o Beitar na terceira posição na liga.
Ele e o israelense Guy Arazi devem continuar na comissão técnica.
Abaixo, Caanen (de gravata) e Arazi, na apresentação, há poucos meses.

E parece que Gaydamak encontrou "o nome".
Trata-se do francês Luiz Fernandez, 46 anos, uma das estrelas da seleção da França na década de 80 (campeão europeu em 1984 e presente nas Copas de 1982 e 1986).
Que brasileiro de boa memória não se lembra de Fernandez ???
Foi ele o responsável pela última cobrança de pênaltis, nas quartas-de-final da Copa de 86.
Brasil e França, Guadalajara, estão lembrados? O goleiro Bats defendeu a cobrança de Julio César e Fernandez fechou a série...
O auge de sua carreira como treinador ocorreu há 9 anos, no Paris Saint Germain. Depois disso, Fernandez treinou a seleção espanhola, o Atlético de Bilbao e o Español de Barcelona.
Atualmente, trabalha no Al-Rayyan do Qatar.
Abaixo, a tragédia de 1986.

Os jornais on-line israelenses anunciaram que Luiz Fernandez desembarcou em Israel há exatamente uma hora e meia. À tarde, numa conferência de imprensa com a presença do "dono" do Beitar, deverá ser anunciado seu contrato de 3 anos no comando técnico da equipe de Jerusalém.
Segundo algumas fontes, Fernandez e Gaydamak já se reuniram pelo menos duas vezes.
Na última terça-feira, em Moscou, conversaram por 3 horas e chegaram a um acordo.
O que se pode esperar do futuro?
Já conhecemos essa história... um time milionário, títulos e, após alguns anos, realmente o fundo do poço. Categorias de base destruídas, cofre vazio, segunda divisão, dívidas e mais dívidas. Isso se os maníacos torcedores do Beitar Yerushalaim não resolverem quebrar tudo antes ou colocar a culpa nos árabes...
Por enquanto, "ave Gaydamak" e "ave Fernandez" (na foto abaixo).
Quem será o próximo?

ps1: E numa falha bizonha da zaga do Bnei Yehuda, o Maccabi Haifa venceu o duelo entre líder e vice-líder e disparou ainda mais na ponta da tabela.
Depois de 9 rodadas, o time de Haifa já abriu 8 pontos de vantagem para o segundo colocado, o próprio Bnei Yehuda. Nove vitórias, uma campanha 100%.
Foi um bom jogo. Movimentado. No primeiro tempo, o Bnei Yehuda teve as melhores chances. A torcida compareceu, e o gol parecia ser uma questão de tempo.
Mas faltando três minutos para o intervalo, a zaga inteira falhou deixando Michael Zandberg (na foto baixo) livre dentro da pequena área. 1 a 0 para o Maccabi Haifa.
No segundo tempo, o líder do campeonato apenas administrou. Poderia ter chegado ao segundo.

Promessa para um grande jogo no domingo, em Haifa. O Maccabi Tel-Aviv enfrenta o líder do campeonato.
Com uma semana de antecedência, três mil ingressos já foram vendidos.
A torcida de Haifa promete uma "calorosa" recepção aos jogadores Eyal Berkovic e Giovanni Rosso. Tudo porque são ex-jogadores do Maccabi Haifa que foram defender o rival...