Logo aos 50 segundos de jogo, o craque do time, Yosi Benayoun, aproveitou uma bobeira do goleiro e fez 1 a 0. Um gol bizonho, mas que deu ânimo à torcida.
Afinal, uma vitória por 7 a 0 sobre a fraca seleção das Ilhas Faroe aumentaria as chances de classificação de Israel.
Abaixo, Benayoun (15) comemorando o gol relâmpago com Nimni (8), Katan (20) e Golan (12).
Mas o que se viu nos 89 minutos seguintes foi terrível.
A equipe depende única e exclusivamente de alguma jogada do Benayoun, algum momento iluminado ou coisa assim (como foi durante toda as eliminatórias). Nenhuma boa jogada, chuveirinhos na área da intermediária, passes errados de dar dó.
Vaias já eram ouvidas desde os 15 minutos de jogo. Fora uma cabeçada perigosa do lateral israelense Keisey, o primeiro tempo terminou sem maiores emoções.
Aos 46 minutos do segundo tempo, o meia Zandberg (que havia entrado) aproveitou um cruzamento e fez um belo gol. Um 2 a 0 que servia de consolo, até que o atacante Samuelsen fez um gol espírita e diminuiu para as Ilhas Faroe.
Decepção no Estádio Ramat Gan. Uma vitória suada contra Ilhas Faroe não estava nos planos...
Um parênteses: o que são as Ilhas Faroe?
Trata-se de um arquipélago autónomo dinamarquês, parte da Europa, situado entre o Oceano Atlântico e o Mar da Noruega. Um lugar que vive da pesca e que futebol é um passatempo para os dias que o termômetro marca alguns graus positivos.
O que é preciso para que Israel continue sonhando com uma vaga na Copa?
Na quarta-feira, noite de Yom Kippur (o Dia de Perdão), a seleção do Chipre visita a França, em Paris. Apenas uma vitória dos cipriotas coloca Israel na repescagem (em hebraico,
hatzlavá. Aliás, a palavra
hatzlavá nunca foi tão repetida nos programas de televisão...)
Tudo isso por causa de um gol suíço aos 34 minutos do segundo tempo, no jogo de sábado contra a França. Um gol de falta Ludovic Magnin. Um gol que engasgou o narrador israelense. Um gol que tirou a seleção israelense da Copa.
No final do jogo, a televisão mostrava, no canto da tela, os jogadores israelenses no vestiário torcendo para um golzinho francês. O atacante Cissé perdeu uma boa chance, e faltando 1 minuto para o fim, o goleiro suíço se desdobrou para defender um chute de Zidane. E ficou por isso mesmo...
No dia seguinte, o canal Sport5 transmitiu a entrevista coletiva do técnico da seleção, Avraham Grant.
Ele disse que não pensa mais na classificação, que Israel não tem mais chance, mas disse que uma coisa o time ganhou: respeito. Por ter terminado as eliminatórias de forma invicta, agora as seleções que enfrentarem Israel vão respeitá-la.
Porque saiu invicto da eliminatória?
Por que respeitarão?
Porque conseguiu arrancar empates suados com a Irlanda e a Suíça?
Porque tem o craque do time arrebentando num time de terceira categoria da Inglaterra? Não sei de onde ele tirou esse "respeito". Acho que é uma forma de consolo.
Hoje em dia, teria mais receio se o Brasil jogasse contra a Costa do Marfim (que tem Drogba e se classificou para o Mundial) do que com Israel.
O dia 17 de Outubro marcará o destino do técnico Avraham Grant, numa reunião da Federação Israelense de Futebol. Prestigiado, tudo indica que ele deve continuar no cargo.
Desse jeito tá difícil...